As galerías protexe- xanelas na miña cidade son un recurso arquitectónico sostible como tal dende o S.XIX. Protectoras ao nacente e ao mediodía para manter temperatura estable na casa. De madeira e cristal de orixe mariñeiro nun porto atlántico. Ao entrar na Coruña o primeiro que se ve son as xanelas abertas. Ventilación, luz, temperatura da vivenda . Era tan práctico que se extendeu por toda a cidade incluso no ensanche burgués e modernista orientandose segundo os ventos que cruzan a cidade atlántica galega. Hoxe a cidade segue sendo de cristal cubren as fachadas en acero e vidro.

María Alejandra D. Bayón, envíanos estas fotografías das fenestras da cidade da Coruña e complementa o texto cun poema de Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa)

TABACARIA

Não sou nada.

Nunca serei nada.

Não posso querer ser nada.

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,

Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é

(E se soubessem quem é, o que saberiam?),

Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,

Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,

Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,

Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,

Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,

Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.